sábado, 3 de setembro de 2011

Reflexões por Cris e Ana


Por Cris Guerra
Já parou pra pensar que você é sua própria estilista? Que ao acordar você se prepara para um desfile diário, voluntário ou não, e ao se vestir faz suas escolhas? Já parou pra pensar que, assim como o estilista elege cores, formas, texturas, estampas, você seleciona as suas entre o que está disponível por aí? Que, como os estilistas, você também é influenciada pelo mundo que está à sua volta e pelo seu próprio humor, pelas alegrias e tristezas, dias de tédio ou paixão? Que ao fazer uma simples combinação de cores, texturas, estilos, você está mostrando a sua forma de ver a vida? Já parou pra pensar que a moda pode ser futilidade quando dela somos escravos, mas pode ser arte quando a usamos como forma de expressão? Que a escolha de uma roupa para vestir não precisa se pautar por ela ser ou não tendência, mas por combinar ou não com você? Já parou pra pensar em novas combinações para velhas peças? Já parou pra pensar que tem dias que a gente é criativo e, em outros, alguém já foi criativo por nós, e isso facilita? E que nessas horas você veste a sua admiração por um artista? Já parou pra pensar que o seu guarda-roupas é a sua coleção? Que a moda pode ter tanta inspiração quanto um quadro, uma escultura, uma música, um filme? Que a moda pode ser arte andando por aí? Já parou pra pensar que a moda pode ser uma forma de acentuar sua individualidade, e não de uniformizar pessoas? Já parou pra pensar que moda é, acima de tudo, beleza? Um jeito bonito de viver? É fantasia no meio do cotidiano. É transcender a utilidade da roupa e colocar poesia nela. É a oportunidade de ser novo a cada dia e, ao mesmo tempo, ser mais você. Já parou pra pensar que a moda, como a arte, torna a vida mais suportável? Eu já.” (Cris Guerra)

Por Ana Carolina


Ser mulher e assumir todas as nossas feminices para o mundo nem sempre é fácil. E olhem que eu nem sou chegada a ficar horas em salão e nem tenho tempo de fazer as unhas toda semana. Mas mesmo assim aprendi a prestar atenção nos detalhes de um look, a me divertir pensando em me vestir diferente todos os dias, a me maquiar e arrumar meu cabelo. Faço isso diariamente e já me acostumei: maquiagem é pá-pum e cabelo, idem. Gosto muito de me arrumar e me sinto bem quando consigo estar como gostaria. E acho que acabo contagiando a todos em volta!
Mas a gente se depara com algumas coisas e percebe que não é todo mundo que acha isso legal. Para muitas pessoas, você estar maquiada, bem vestida, com cabelo arrumado e tudo o mais ainda é sinônimo de que você está preocupada com outras coisas que não seja o trabalho, a família, etc. Por incrível que pareça, ainda há quem pense que intelecto e vaidade não possam andar juntos. E eu estou loooonge de ser uma perua, heim! hahaha!
Eu mesma já me peguei pensando como alguém que diz não ter tempo consegue estar sempre com as unhas feitas. Pensamento machista, né? Nós mulheres sabemos dar nosso jeito, nem que isso signifique fazer as unhas de madrugada, no carro, se maquiar no metrô…arrumar tempo pra si mesmo não é sinônimo de falta do que fazer. Cuidar da aparência e se amar não tem relação nenhuma com baixa produtividade. Uma mulher bem resolvida, feliz com sua imagem e minimamente vaidosa se sente segura o suficiente para encontrar clientes, resolver pepinos, dar palestras, escrever monografias e por aí vai! Delicadezas, perfumes e cores podem e devem fazer parte até dos ambientes mega-super-corporativos.
Quando eu era mais nova, trabalhava em 2 escritórios ao mesmo tempo e ainda fazia freelas nos finais de semana (e também não conhecia o poder de uma maquiagem), vivia com aquela cara de cansaço, para todo mundo ver como eu estava ralando (Freud explica!). Era quase um atestado de “olhem como sou batalhadora! Tenho olheiras e tudo mais”. A gente quer se auto-afirmar e pensa que, mostrando o ar de cansaço pra todo mundo ver, estará automaticamente ganhando pontos e se mostrando séria e responsável. Até a ficha cair e perceber que o mundo não gira em torno somente de trabalho, que eu precisava viver mais os meus dias. Foi um processo.Hoje em dia eu trabalho menos do que antes, mas ainda tenho muitas obrigações. Mas a principal obrigação que me impus foi a de nunca sair de casa sem um corretivo nas olheiras e um rímel para aliviar o olhar de cansaço. Nunca, nunca, saio sem eles, sem um blush e batom. E isso me deixa mais tranquila para encontrar um cliente e ele perceber que pode confiar em mim, em perceber que eu dou conta do recado – e não que vou ter um piripaque a qualquer momento e estafar sem entregar o projeto.
Prestar atenção em si mesma já é sinal de compromisso e de responsabilidade. Responsável por nós mesmos e por quem nós representamos. Vaidade é importante dentro de casa e fora dela. Seria tão bacana percebermos que, mesmo onde a seriedade impera, o sorriso pode ser bem-vindo. E fica mais interessante quando esse sorriso é vermelho, a minha cor preferida de batom.  (Ana Carolina)

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